A situação em Iomerê não era das melhores. A usina hidroelétrica de Pinheiro Preto e o moinho foram um fracasso. O Fioravante havia apoiado os empreendimentos, entrando como sócio com valores muito altos e não teve nenhum retorno, perdendo inclusive todo o investimento. Sabendo das terras novas muito férteis no Paraná, vendeu tudo e lá foi para Palotina, assim chamada pela presença dos padres palotinos.
Mais de 60 km além de Toledo. Nada havia na região. Foi ele o terceiro morador daquele sertão. (1954).
A mudança seguiu de Iomerê para Santa Terezinha, perto de Chopinzinho, na casa do filho mais velho, aonde a mãe ficou alguns meses. Depois seguiu para Palotina distante cerca de 500 km, levada pelo Vergílio, o filho mais velho. Junto foram a Regina e sua filha Terezinha ver onde seria a nova morada. O Fioravante havia ido para Palotina alguns meses antes para preparar o lugar e construir uma morada
A mãe e a Teresinha, acostumadas em Iomerê, perto da igreja, não gostaram da idéia. Sofreram muito, mas naquele tempo quem decidia era o homem.
Lá foram recomeçar a vida, muito sofrida diga-se de passagem. Depois começaram chegar mais colonizadores. Próximo ao natal de 1955, o Vergílio com a esposa Elvira, foram visitar os pais em Palotina e, aproveitaram para levar o “Pedrinho” que estudava em Laranjeiras do Sul.
Vergílio levava 60 sacos de farinha de trigo para Toledo. Chegando lá vendeu facilmente. Carregou o caminhão de telhas, pois, em Palotina havia muita construção nova. Vendeu tudo no dia seguinte. Após as férias, o Pedro voltou para estudar.
PLANTAR CAFÉ. A esperança era o café. Plantou grande quantidade. Estava bonito, no quarto ano já bem florido e eis a surpresa na região, uma forte geada, secou tudo.
Enquanto aguardava rebrotar plantou bananal, começou dar muito bem. O Fioravante inventou uma modinha, onde cantava: “De Santa Catarina vim pro Paraná, bem alegre e bem contente plantei um bananal; está pondo cacho, pondo cacho sem parar dá pro comércio daqui e até pra exportar; vou exportar para o Paraguai pelo Rio Paraná”.
Nova geada, após dois anos, acabou com as esperanças dos plantadores de café. Nunca havia dado geada enquanto a região era floresta, mas o desmatamento mudou o clima. Uma fábrica de massas e biscoitos também não tivera sucesso e deixou de funcionar.
A Teresinha que sempre vivera “na cidade” educada por 7 anos na escola com as excelentes professoras, as Irmãs Marcelinas, não queria desperdiçar seus conhecimentos e em 1960 fora nomeada professora. Comprou um cavalo cavalgava todos os dias 7 km até a Escola Primavera (interior), lecionava para as crianças da região. Fez isso por 1 ano, tendo sida convidada então, a lecionar no Colégio das Irmãs em Palotina. Pela parte da manhã lecionava e à tarde estudava.