O Fioravante gostava de festas e bailes e levava as filhas. Na linha São Francisco junto à bodega e armazém, havia o clube do Cela.
As moças ficavam sentadas e os rapazes convidavam para dançar, mas depois deviam pagar “gasosa” o refrigerante da época.
À meia noite, no salão de cima havia mesadas de bolos, bolachas e café para todos. Só os homens pagavam e por isso logo faliu.
Em Iomerê 1949, apareceu o bispo e proibiu terminantemente os bailes. Se houvesse baile na vila, os padres não rezariam missa no domingo. O dono do salão não ligou e promoveu o baile que, embora com menos freqüência, funcionou. No dia seguinte, os mais devotos foram para a missa mas, encontraram a porta da igreja fechada. Os padres não quiseram celebrar nem para quem não participou do baile. Os que puderam prepararam os cavalos foram para Pinheiro Preto, distantes 7 km, para assistir a missa.
Havia a devoção da novena de comunhões e confissões. Confessar e comungar nove domingos seguidos. A Itália, a ngela e a amiga Catarina Scariot, terminariam a novena justamente naquele domingo. Tentaram ir à missa no colégio Santa Marcelina, bem cedo, mas o vigário, Pe. Antônio Lazzari, apesar de amigo, não quis atendê-las em confissão. Voltando para casa desiludidas, a Catarina disse “um monte” contra o padre. Não adiantou nada tiveram que começar a novena de novo.
O Fioravante, em casa disse: “eu nunca pensei que fosse proibido, mas já que é assim não vamos mais”. Não estava muito convencido disso. Anos mais tarde inventou uma modinha, da qual só lembro parte da estrofe: “andiamo ballare, ma ballare onestamente, onestamente e senza peccare”. “..Vamos dançar, mas dançar honestamente, honestamente e sem pecar”.