Gostava de festas e de tomar vinho. Os amigos o tapeavam e, sendo generoso, pagava bebida para todos, pois gostava de ver todos alegres.
Apreciava conversar com pessoas que pensavam de forma diferente. Dizia que isso era importante para aprender, pois discutindo apenas com pessoas que pensam da mesma forma, nada de novo se aprende e, corre-se o risco de viver convencido de uma idéia que não é certa.
Rezava muito e em família. Fazia a via Sacra em latim, bem como o terço e a ladainha. Lia a Bíblia (História Sagrada e outros livros religiosos) para os filhos.
Lembro que o pai falava sobre as passagens de Ciro, rei dos persas, que acabei depois conferido com textos bíblicos.
A mãe e as tias, ainda recitam em latim e italiano, diversas orações.
Tinha mentalidade muito aberta. Confiava nos filhos. Antônio, um dos mais jovens, era o comerciante da família. Desde os 8 anos viajava, saia de carroça até às cidades vizinhas vendendo os produtos da lavoura.
Dava aos filhos a liberdade de trabalhar um dia por semana, para si próprios, fazer roça e preparar “o pé de meia”.
Gostava que as filhas se vestissem bem. Isso causava inveja e as chamavam de “princesas”.
As meninas à noite, preparavam palhas de milho, as mais macias das espigas, que eram mensalmente vendidas aos comerciantes. Serviam para fazer cigarros, os famosos “paieiros” de fumo picado. O cigarro de papel era raridade.
Assim construíam suas “mesadas”. Nas festas sempre tinham o que gastar.
Giovanni Luigi ficou conhecido como João. Faleceu em Sananduva em 1925.
A Ester era pessoa bastante alta e muito gorda. Isso explica a existência de um bisneto bem gordo, contrariando os traços físicos dos descendentes em geral. Vendo a fotografia de nosso bisavô, Luigi Domenico, encontramos a explicação da barba densa e preta que voluntariamente um seu trineto usa.
Ester não costumava assinar Mezzomo e sim De Martini; sem dúvida muito “moderninho” para o tempo.